O doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da
Polícia Federal, encaminhou hoje (13) à Justiça Federal, em Curitiba, petição
para negar que tenha ordenado o envio de dinheiro para o senador eleito Antonio
Anastasia (PMDB-MG) e o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
De acordo com reportagens divulgadas pelo jornal Folha de
S.Paulo no início deste mês, Anastasia e Cunha teriam recebido dinheiro do
doleiro, que, em depoimento de delação premiada, firmado com o Ministério
Público Federal (MPF), apontou nomes de parlamentares que receberam dinheiro
oriundo do esquema de corrupção investigado na Lava Jato.
No documento, os advogados afirmam que o doleiro está à
disposição da Justiça para as providências cabíveis contra a falsa imputação.
"Alberto Youssef rechaça alusão ao seu nome, como
pretenso mandante de qualquer entrega a Anastasia, negando terminantemente a
inverídica notícia propalada na imprensa. O mesmo diga-se com relação a Eduardo
Cunha, com quem Youssef nunca teve qualquer relação, ao contrário do que restou
ventilado pela imprensa", disse a defesa.
Os advogados também afirmaram que os vazamentos à imprensa
têm objetivo de prejudicar o doleiro. "Divulgações mentirosas têm o
objetivo subalterno de tumultuar o processo ou mesmo criar fatos que possam
beneficiar terceiros interessados com eventual nulidade da colaboração.
Especulações maliciosas não passam de um estratagema para desacreditar a
colaboração e tentar colocar um colaborador contra o outro." acrecentaram
os advogados.
A acusação contra Antônio Anastasia foi feita por um
investigado na Lava Jato, que afirmou ter entregue R$ 1 milhão ao
ex-governador. De acordo com reportagem publicada na Folha de S.Paulo no último
dia 8, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho afirmou, em depoimento
na Polícia Federal, que foi enviado a Belo Horizonte para entregar dinheiro a
pedido de Youssef. Segundo o agente, a entrega foi feita em uma casa da capital
mineira, em 2010, a uma pessoa que não se identificou, mas o doleiro tinha dito
que a entrega era para o então governador.
Em nota divulgada após a publicação da reportagem, Anastasia
disse que nunca se encontrou com o policial e que não conhece Alberto Youssef.
"Em primeiro lugar, registro que não conheço este cidadão, nunca estive ou
falei com ele. Da mesma forma, não conheço, nunca estive ou falei com o doleiro
Alberto Youssef. Em 2010, já como governador de Minas Gerais, não tinha
qualquer relação com a Petrobras, que não tinha obras no estado, ademais do
fato de eu ser governador de oposição ao governo federal", declarou.
No caso de Eduardo Cunha, outra reportagem do jornal afirmou
que o deputado federal foi citado por Youssef em depoimento de delação
premiada. Cunha negou ter relações com o doleiro, e disse que a denúncia é uma
forma de inviabilizar sua candidatura à presidência da Câmara dos Deputados.
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