Construção do Templo

» » » sobrevivente do Holocausto Diz "ainda tenho pesadelos"



Julio Gartner e Henry Nekrycz vivem no Brasil; nazismo matou cerca de 6 milhões de judeus durante a 2ª Guerra Mundial

O judeu conta que levou uma vida normal junto aos pais e ao irmão por algum tempo depois de a Polônia ter sido conquistada pelas tropas de Adolf Hitler (1889—1945). Mas ao notar os perigos que as tropas representavam para o país, a família optou por ajudar o irmão do judeu a fugir para a União Soviética enquanto Gartner decidiu ficar com os pais e os 3 mil habitantes que ocupavam o distrito composto por 30 ruas e 320 construções residenciais. 
Há cerca de 260 km dali, na cidade polonesa de Lodz, Henry Nekrycz, também conhecido pelo pseudônimo de Ben Abraham, viu seu mundo desmoronar quando os soldados nazistas invadiram o gueto onde morava "do dia para a noite", como ele mesmo resume, em 1944. À época, o jovem de 19 anos morava com a mãe, Ida Nekryczque, que nunca mais foi vista após após ter sido enviada ao campo de concentração de Auschwitz.
"Foi uma surpresa. Ninguém esperava uma ação como aquela. Eles invadiram o gueto e começaram a levar os judeus. Minha mãe foi morta em uma câmara de gás. Meu pai já havia sido morto antes, em 1942", diz.  
Em Lodz, dezenas de milhares de judeus morreram por motivos como fome, doenças e em consequência de crimes violentos de 1940 a 1944. Além desses problemas, os nazistas enviaram até 80 mil prisioneiros para o campo de extermínio de Chelmno. Os que assim como Nekryczque e sua mãe ainda estavam vivos quando o gueto foi dissolvido, em 1944, foram deportados para Auschwitz.
Das inúmeras lembranças dolorosas que Gartner carrega na memória, a dos pais, em especial, deixa sua voz embargada. O judeu lembra que ambos foram mortos na câmara de gás assim que chegaram a Plaszow. "Nem tive tempo de me despedir", lamenta.
"Não saberia dizer por que eles, e não eu, morreram. Não foi uma questão de idade porque muitos outros jovens também foram mortos. O que aconteceu comigo foi sorte", continua ele.
Para que o mundo também não esqueça das atrocidades cometidas nessa época, a ONU usou o dia 27 de janeiro, data que marca o fim de Auschwitz, para criar o Dia de Lembrança Internacional do Holocausto. De acordo com a entidade, o regime nazista e seus colaboradores assassinaram sistematicamente cerca de 6 milhões de judeus.  
Sob o comando do comandante austríaco Amon Leopold Göth (1908-1946), Gartner e outros milhares eram submetidos a mais de 12 horas de trabalhos forçados em áreas como pedreiras e o campo. Para superar, entre outras coisas, a fome e a desidratação que o levaram a pesar 34 Kg em 1945, o judeu afirma ter vivido "um dia por vez".
"A vida no campo era uma luta diária. Cada dia que se sobrevivia era encarado como uma vitória. Só pensava se eu conseguiria sobreviver mais um dia. Mas no fundo, me prendia a esperança de que aquele martírio acabaria e eu seria livre outra vez", lembra. 
O fim do pesadelo de Gartner e dos outros judeus presos no campo de concentração aconteceu em 1945, quando os portões de Auschwitz ficaram para trás. O polonês então conseguiu ajuda de camponeses e foi internado por vários meses até se recuperar dos problemas de saúde
Para Henry Nekrycz, porém, a sensação de liberdade demorou um pouco mais. Dois anos a mais do que Gartner, exatamente. É que, depois de passar pelos campos de concentração de Brauschweig, Watenstadt e Ravensbruck entre 1943 e 1945, e Auschwitz, onde sua família foi dizimada, e ser libertado até antes do compatriota ele teve de ser hospitalizado às pressas. Além de pesar apenas 28 kg à época, ele estava tuberculoso e sofria de diarréia.
"Sobreviver àquela doença era um milagre. Fiquei internado por vários anos até conseguir me restabelecer. Não sei porque consegui esse triunfo duas vezes. ", confessa.

Redação Redação M C P

Redação Rede Paz Brasil, Assuntos, Noticias e Fatos de Diversas Fontes; Imagens da Internet.
«
Next
Postagem mais recente
»
Previous
Postagem mais antiga

Deixe Seu Comentário