O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fala sobre a execução do cidadão brasileiro Marco Archer na Indonésia (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse hoje
(17), em entrevista coletiva, que a execução do brasileiro Marco Archer na
indonésia causa uma sombra na relação entre os dois países. O governo
determinou que o embaixador em Jacarta, capital da Indonésia, venha ao Brasil
para consultas.
“Chamar o embaixador para consulta expressa gravidade, um
momento de tensão”, explicou o ministro. Outra atitude tomada pelo Itamaraty
foi convocar o embaixador da Indonésia no Brasil e entregar nota formal de
protesto para reiterar a inconformidade do governo.
O secretário-geral do Itamaraty, Sérgio Danese, entregou
pessoalmente a nota, pouco depois da execução de Archer. Segundo o ministro,
foram esgotados todos os recursos para evitar a execução da pena. O argumento
usado pelo governo é de que não há pena de morte no Brasil. O ministro
ressaltou que, em nenhum momento, foi contestada a gravidade do ato cometido
pelo brasileiro.
Mauro Vieira disse que toda a assistência foi dada a Marco
Archer e que o mesmo está sendo feito com o outro brasileiro que está no
corredor da morte na Indonésia, Rodrigo Gularte.
Archer trabalhava como instrutor de voo livre e foi preso em
agosto de 2003, quando tentou entrar na Indonésia, pelo aeroporto de Jacarta,
com 13,4 quilos de cocaína escondidos em uma asa-delta desmontada em sete
bagagens. Ele conseguiu fugir do aeroporto, mas foi localizado após duas
semanas, na Ilha de Sumbawa. Archer confessou o crime e disse que recebeu US$
10 mil para transportar a cocaína de Lima, no Peru, até Jacarta. No ano
seguinte, foi condenado à morte.
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