"Na parábola de Lucas 16.23, diz que
o rico foi para o 'Hades' e Lázaro para o 'Seio de Abraão'. Gostaria de saber
onde se situava um e outro lugar."
Em primeira instância podemos declarar
que é impossível situar a localização geográfica destes dois lugares, por se
tratar da habitação dos espíritos. Todavia, apresentaremos a posição bíblica
analisando ambos, dentro do parâmetro contextual divino
"além-túmulo".
Primeiramente, a palavra
"hades", no Novo Testamento, é a transliteração do vocábulo grego
"Hades", expressão essa usada para indicar o lugar dos espíritos que
se foram daqui, isto é, o submundo. Eqüivale ao termo "sheol".
Na tradução septuaginta ou LXX, hades
é a tradução constante do termo hebraico "sheol". Essa dimensão é
pintada como lugar que consiste de duas divisões, a saber: uma para os ímpios e
outra para os justos. A divisão para os justos também é denominada nos escritos
judaicos de "seio de Abraão" por conotar um lugar de descanso e
tranqüilidade. Equivale dizer que Jesus empregou os termos hebraicos nesta
passagem. Assim, tanto faz dizer "seio de Abraão" (termo hebraico),
como "Paraíso" (termo grego), porque ambos são análogos.
O Paraíso foi arrebatado desde as partes
inferiores da terra para um lugar situado perto do trono de Deus. Esta mudança
produziu-se durante a ascensão de Cristo. Esta afirmativa está em concordância
com as palavras de Paulo em Efésios 4.8-10, nas quais se refere à descida aos
lugares mais baixos da terra, realizada por Cristo, que, na sua subida,
"levou cativo o cativeiro". Os mortos em Cristo estão ausentes do corpo
e presentes com o Senhor: 2 Co 5.3. Paulo foi "arrebatado ao Paraíso"
indica que o Paraíso foi mudado de lugar. O apóstolo desejava partir e estar
com Cristo. Os que morreram em seus pecados estão nas regiões inferiores e
somente depois do Milênio eles ressuscitarão (Jo 5.29), a fim de comparecerem
diante do Trono Branco, onde serão julgados e receberão a condenação eterna,
sendo lançados na "Geena", isto é, no lago de fogo ardente, preparado
para o Diabo e seus anjos.
Em segundo lugar concluímos que:
• A alma sobrevive à morte física.
• A alma, mesmo depois da morte, continua
dotada de consciência, memória e razão.
• Os justos entrarão em um estado infinitamente
melhor do que este que ora vivem.
Finalmente, fazemos nossas as palavras
do profeta Malaquias: "Então vereis outra vez a diferença entre o justo e
o ímpio, entre o que serve a Deus, e o que não o serve", Ml 3.18.
Deixe Seu Comentário
Postar um comentário